segunda-feira, outubro 25, 2010

enrique chagoya



07/10/2010 - 14h57 - Folha.com

Mulher é presa após destruir obra de arte em museu dos EUA

Uma mulher foi presa após destruir uma obra de arte no Loveland Museum/Gallery, na cidade de Loveland no Estado do Colorado.

O jornal "The Denver Post" informou que Kathleen Folden está sob custódia da polícia por ter destruído a litografia "The Misadventures of Romantic Cannibals" (as desventuras dos românticos canibais), de Enrique Chagoya.

A obra lembra uma história em quadrinhos, com cenas de um personagem que pode ser interpretado como Jesus --em uma delas ele aparece recebendo sexo oral.

Por vários dias, o museu enfrentou protestos por exibir o trabalho, que também retrata outros personagens, imagens de pornografia mexicana e símbolos maias.

Segundo o jornal, um vereador da cidade se opôs à exibição da obra durante uma reunião, chamando-a de "obscenidade". Alguns católicos em Loveland também pediram para que o trabalho fosse retirado.

O artista, que também é professor de arte e história da arte na Universidade de Stanford, disse que a litografia era um comentário sobre as revelações de abusos contra crianças por padres.

sábado, outubro 16, 2010

hélio schwartsman

23/09/2010 - 07h00

Hélio Schwartsman

O sentido da arte

Há coisas que nunca imaginei que viveria para ver. Elas incluem assistir ao PT no comando da fisiologia nacional (sim, "mea culpa, mea maxima culpa", eu fui um dos trouxas que acreditaram que o partido era "diferente") e testemunhar o pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para que os trabalhos do artista pernambucano Gil Vicente sejam excluídos da Bienal de São Paulo, que começa neste sábado.

É verdade que os desenhos da série "Inimigos" são fortes. Eles retratam o próprio artista atentando contra a vida de figuras públicas como Lula, Fernando Henrique Cardoso, Bento 16 e o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Mas, como já escrevi algumas vezes neste espaço, ninguém precisa de licença para dizer o que todos querem ouvir. Para fazer sentido, as garantias constitucionais à liberdade de expressão precisam ser robustas. Devem necessariamente abranger discursos, textos e imagens capazes de chocar e até de causar a revolta de parcelas da sociedade. Que boa parte dos cidadãos não entenda isso e proteste contra a exibição de obras específicas é esperado; que o presidente da OAB caia nessa mesma esparrela e advogue pela censura é sintomático da decadência dessa instituição, que já desempenhou papéis mais nobres na história deste país. Mas não pretendo, na coluna de hoje, falar mal da OAB. Isso eu já fiz num texto mais antigo. O que eu quero discutir é a arte.

Para que diabos ela serve? A questão é das mais polêmicas entre neurocientistas. A exemplo do que se dá com a religião, os especialistas podem ser divididos no bloco dos que acreditam que a arte é uma adaptação humana obtida por seleção natural e o dos que pensam que ela é apenas um efeito colateral resultante da forma como nossos cérebros estão montados. No último grupo encontram-se pesos-pesados do neodarwinismo, como o eterno Richard Dawkins, Stephen Jay Gould e Steven Pinker. No primeiro, estão o próprio Charles Darwin (para ele, o senso estético era uma faculdade intelectual fruto da seleção), a antropóloga Ellen Dissanayake, o psicólogo Geoffrey Miller, e a dupla dinâmica da psicologia evolutiva, John Tooby e Leda Cosmides, que mudaram de lado, abandonando a tese da arte como subproduto para abraçar a teoria da adaptação. Mas prossigamos com um pouco mais de calma, pois essa é uma questão extremamente controversa e que envolve conceitos complicados.

Dawkins, Gould e Pinker relutam em aceitar a arte como adaptação porque isso teria implicações profundas sobre a biologia. Em primeiro lugar, mesmo que recuemos o comportamento artístico para uns 50 mil ou 100 mil anos atrás (e poucos ousam ir mais longe), esse ainda é um período curto demais para que a evolução tenha deixado marcas em nossos genes.

Outra objeção forte é que admitir o caráter adaptativo da arte abre um flanco para a noção de seleção de grupo, vista com grande desconfiança pela linha dura do darwinismo. A ideia, defendida principalmente por Dissanayake, é que a arte teria sido selecionada porque, ao reforçar a coesão do grupo através de cantos e danças comunais, por exemplo, ela o tornaria mais apto a enfrentar bandos rivais e sobreviver. O problema com a seleção de grupo é que ela não é lá muito estável, porque sempre valeria a pena para indivíduos egoístas pegar uma carona na coesão grupal sem dar sua justa contribuição. Eles teriam maior sucesso reprodutivo, espalhando genes menos colaborativos. Seria assim muito difícil fixar num "pool" genético qualquer características que favorecem o grupo.

É por essas e outras que Pinker classifica a arte como "cheesecake mental", algo sem valor adaptativo em si, mas que explora, como as comidas gordurosas e doces, os mecanismos biológicos que nos dão prazer. Uma outra analogia válida é com as drogas recreativas. Seria até ridículo imaginar que elas representam uma adaptação, mas é inegável que afetam, e muito, nossos cérebros, proporcionando prazer em doses tão cavalares que podem mobilizar toda nossa atenção neuronal, como no caso do vício.

A exemplo do neurocientista Michael Gazzaniga, autor de "Human: The Science Behind What Makes Your Brain Unique", acho mais prudente não tomar partido nessa polêmica, mas apenas expor o que me parecem ser os melhores argumentos de cada lado. E, por falar em argumento, Geoffrey Miller, tem um interessante. Para ele, a arte é o resultado da seleção sexual. Ela está para o gênero humano como a cauda do pavão está para a família dos fasianídeos: uma exuberância biologicamente custosa que só existe porque atribui a seu detentor inequívoco sucesso entre as fêmeas, o que se traduz em importante vantagem reprodutiva.

Curiosamente, a teoria de Miller acaba explicando um pouco da demografia da arte: considerados os grandes números, a maioria dos artistas são homens no pico da atividade sexual. São ideias que, se levadas muito a sério, tiram algo da transcendência da arte e nos aproximam dos canários. Mas quem disse que pássaros, ao cantar, não experimentam a versão aviária da transcendência?

Outro ponto interessante é o da ficção. Foi ele que fez com que Tooby e Cosmides mudassem de posição. OK, todo mundo está cansado de saber que a arte é um universal humano. Não há aldeia indígena, por mais remota que seja, que não faça alguma coisa pragmaticamente inútil com penas e sementes e não se reúna para cantar e dançar. Mas isso não é tudo. A ficção, isto é, histórias inventadas também são universais e, exceto por fundamentalistas religiosos, ninguém as toma por realidade. Já desde a mais tenra idade aprendemos a diferenciá-las. Para os dois pesquisadores, esse mecanismo de decupagem é um sinal de adaptação. Confundir fatos com ficções é, evidentemente, perigoso, como o provam os homens-bombas que imaginam ir para um paraíso repleto de virgens (Alcorão 44:54 e 55:70) e "mancebos eternamente jovens" (Idem 56:17). Se desenvolvemos um sistema para operar a distinção e aparentemente estamos todos dotados com a capacidade de extrair prazer de narrativas inventadas, isso implica que a experiência ficcional é benéfica. Ponto para a adaptação.

Resta apenas explicar como ela pode ser benéfica. Já abordei com algum detalhe esse tema na coluna "A título de brincadeira", publicada em junho. O que vale a pena reter é que a ficção nos proporciona a possibilidade de "viver" determinadas situações. A experiência pode não ser tão intensa como na realidade e, embora isso atenue as sensações, também nos preserva dos perigos. Assistir no cinema a alguém sendo devorado por tubarões é mais seguro do que presenciar a cena "in loco". Sempre pode sobrar uma dentada. Essa simulação segura é, em geral, uma boa oportunidade de aprendizado, seja para lidar com as próprias emoções, seja para adestrar-se numa atividade relevante. No mundo animal, as brigas de brincadeira entre filhotes são uma forma de aprendizado para a luta --sem o risco de ferimentos.

É exatamente isso o que faz Gil Vicente ao "atentar" artisticamente contra Lula, FHC "et caterva". De um só golpe, ele exibe seus dotes para o desenho, nos faz experimentar emoções e quem sabe até refletir. É o verdadeiro sentido da arte. Só a OAB não percebe aqui a diferença entre ficção e realidade.

Hélio Schwartsman, 44 anos, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha.com.

segunda-feira, outubro 11, 2010

colagem desenho

colagem e desenho.
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colagem desenho

experimentação com colagem e desenho.
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mapa

um desenho da série de rabiscos e mapas.
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fragmentos de corpos

uma série que estou fazendo - de vez em quando - destacando fragmentos de corpos, cobrindo com nanquim o que não interessa.
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petróleo

parece um campo de exploração de petróleo.
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crepúsculo

final da tarde, chiesa de santa croce, firenze, itália.
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luz e sombra

luz e sombra pronunciadas, sequência de fotos feitas no bargello em firenze, itália.


domingo, outubro 10, 2010

urubus são retirados de obra da Bienal

a questão é duchampiana. se tudo é arte, nada mais é arte. os artistas fazem espetáculo, por isso urubus. deixa os animais em paz. o artista não sabe desenhar? o artista não sabe fotografar? o artista não sabe mais esculpir? tudo é apenas conceito? "computadores fazem arte, artistas fazem dinheiro" já disse o músico pernambucano. bienal e obras assim fazem parte apenas da efêmera sociedade do espetáculo.
segue a notícia na Folha de São Paulo:
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08/10/2010 - 08h17
Urubus são retirados de obra da Bienal

Folha de São Paulo

Por ordem da Justiça, os três urubus-de-cabeça-amarela que faziam parte da obra "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, em exposição na Bienal, foram retirados nesta quinta-feira por volta da 0h.

As aves, motivo de polêmica e revolta de ambientalistas na abertura da Bienal, devem voar ainda nesta sexta-feira de volta ao Parque dos Falcões, em Sergipe, de onde vieram, acompanhadas do veterinário William dos Anjos.

Desde a última sexta-feira (1), quando o Ibama de São Paulo deu um prazo de cinco dias para que os animais fossem devolvidos a seu local de origem, pairava a dúvida se elas sairiam ou não.

A Fundação Bienal chegou a entrar, na segunda-feira (4), com uma ação na Justiça Federal solicitando a suspensão da notificação, mas o juiz federal substituto Eurico Zecchin Maiolino, da 13ª Vara Cível Federal, não acatou o pedido da entidade, com a justificativa de que "mesmo após a concessão de autorização, o Poder Público está autorizado a intervir e rever o ato administrativo diante da constatação de qualquer irregularidade".

tentativas na velocidade

tentando fotografar karts que passam em velocidade. difícil. ainda mais com uma maquinetazinha automatiquinha, sem recursos.
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sexta-feira, outubro 08, 2010

artur zmijewski


29ª BIENAL DE ARTES

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

No avião Tupolev que despencou há seis meses no meio de uma floresta russa estava o presidente da Polônia e uma comitiva de representantes do país. Ninguém sobreviveu, e logo a notícia chegou à capital Varsóvia. Todo o Estado desabou de chofre. No encalço da tragédia, um luto carregado de dúvidas sobre o futuro varreu o país. Artur Zmijewski, artista polonês agora na Bienal de São Paulo, fotografou tudo. São velas acesas na calçada, multidões empunhando bandeiras, marchas militares e desfiles fúnebres retratados no mais seco preto e branco. "Depois da catástrofe, só restou documentar tudo, tentar entender o acidente", conta Zmijewski à Folha. "É uma tragédia humana, pessoas morreram, o presidente, sua mulher e figuras-chave do poder, mas era necessário ver isso com olhos políticos." Isso quer dizer que, por trás da pele plástica dessa dor, Zmijewski tentou mostrar um tumulto latente, uma sombra que vaza para o primeiro
plano. Tratou de revelar o rastro político daquilo que deixou acéfalo o país. "Sempre segui as atividades políticas do povo em países diferentes", diz o artista. "Não preciso de nenhuma desculpa para fazer isso."
Nesse ponto, abre uma brecha para se distanciar da chamada arte política. Não esconde que sua obra está permeada de embates com o poder, mas repudia arte que esteja a serviço de uma ideologia. "Oscar Niemeyer é o maior exemplo disso, é um escravo dos políticos, sua obra só serve aos anseios deles", critica. "Arte vira uma só uma ferramenta se um artista se deixar ser usado. "Zmijewski parece querer mais distância de seu objeto de estudo. Mas se é fato que a política e os abalos nas estruturas de poder sempre
lastrearam sua obra, essa é a primeira vez que adota uma atitude mais passiva, deixando toda a ação passar diante de sua lente sem interferir. Foi diferente quando decidiu expurgar a dor das memórias do Holocausto.
Zmijewski não fotografou campos de concentração desativados, não revisitou locais de tragédia ou montes de sapatos, óculos e roupas que sobraram na soleira dos fornos. Num vídeo, convenceu um judeu sobrevivente da chacina a tatuar de novo o número que o identificava no antigo campo de concentração. Noutro trabalho, encenou um estranho jogo de pega-pega com homens e mulheres nus correndo dentro de câmaras de gás desativadas.

VÍTIMA E ALGOZ

"É fácil demais ficar do lado das vítimas, mas é também uma obrigação moral pensar como os algozes para entender o que aconteceu", diz Zmijewski. "Quando refaço a tatuagem, estou me colocando no lugar do algoz." Talvez porque a vítima sofre e o torturador fica no comando da ação, o artista preferiu assumir o lado mais autoral, de quem causa a dor. "Esse trauma nos causa angústia e sofrimento, mas não basta ver um
lugar", diz Zmijewski. "Minha ideia era mudar a situação, jogar com isso de forma mais ativa, não ser polido com a memória." Pela falta de polidez, foi alvo de suas críticas mais duras até hoje. Disseram que aquilo não era arte, e ele concordou. "Essa é a melhor reação, quando as pessoas percebem que não estão diante
de uma obra, mas sim da realidade", resume. "É o momento em que a arte se torna parte da realidade, algo que vem das emoções mais profundas."

segunda-feira, outubro 04, 2010

drible

movimento distorção velocidade futebol bola fora de foco contraste arte foto digital.

um rabisco

todo dia eu desenho um pouquinho. e como já disse também, todo dia eu sou feliz. sou feliz quando acordo e vejo o céu na janela. e penso, como disse o físico marcelo gleiser, que a vida não é um acontecimento comum, ordinário, a vida é raríssima no universo infinito. e sou feliz quando pego a bicicleta para ir trabalhar e sei e sinto que não participo do estresse da sociedade do automóvel. e, é claro, que a sociedade do automóvel - que criamos e da qual aparentemente gozamos - é uma parte da sociedade do espetáculo. o "meu carro" é a forma como "eu sou no mundo" e a forma como os outros me vêem. e sou feliz quando saio do trabalho pois sei que minha bicicleta me espera no bicicletário e irei para casa olhando o céu azul da tarde e olhando a cidade sem estar dentro de uma lata. enfim, segue mais um rabisco da longa série, lenta, de rabiscos que venho fazendo.
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sábado, outubro 02, 2010

fabio cypriano - bienal volta a ser epicentro das artes plásticas

CRÍTICA 29ª BIENAL DE ARTES

Bienal volta a ser epicentro das artes plásticas
Apesar de contradições entre obras, mostra reúne trabalhos excelentes

FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO

"Há sempre um copo de mar para um homem navegar." A 29ª Bienal de São Paulo revela-se uma mostra polifônica e aí reside sua força, e também sua fraqueza.
Em torno de arte e política -questão historicamente relevante, mas que sem um foco torna-se ampla demais- coexistem obras e propostas bastante diversas, com nexos difíceis de se compreender.
Numa exposição da dimensão do pavilhão da Bienal é compreensível que a curadoria, coordenada por Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos, opte por criar distintos eixos, mas podem-se constatar algumas contradições entre as obras, o que provoca enfraquecimento do tema.
Ocorre, por exemplo, na discrepância entre o que se pode chamar de artistas "históricos" e contemporâneos. As ações radicais, em sua maioria dos anos 60 e 70, dos argentinos Alberto Greco e do Grupo de Artistas de Vanguarda, de Paulo Bruscky, Lygia Pape e Hélio Oiticica, entre outros, reduz a produção atual, com algumas exceções, a um esteticismo pueril.

FORA DE CONTEXTO
Afinal, como se pode entender nesse contexto obras de artistas como Marcelo Silveira, David Cury ou Fernando Lindote, entre outros? Essa abrangência, por demais generosa, não só enfraquece o tema como põe em xeque a produção contemporânea, o que não parece ser a intenção dos curadores.
Contudo, essa Bienal, quando consegue realizar diálogos autênticos entre passado e presente, atesta sua pertinência.
Foi assim com leitura livre do "Bailado do Deus Morto", de Flávio de Carvalho, um dos artistas-chave da mostra, com 50 atores do Teatro Oficina, no último domingo.
Quando Zé Celso, que dirigiu a ação, vestiu uma versão do traje "New Look de Verão", de Carvalho, e esbravejou impropérios como metralhadora giratória, enquanto seu grupo movia-se praticamente desnudo, ele injetou um espírito anárquico e politicamente incorreto na Bienal, comportada demais.
Mas, felizmente, ele não é exceção e, graças à polifonia da mostra, há trabalhos excelentes e, por conta dos terreiros, especialmente os da performance, da literatura e do cinema, há uma energia vibrante no pavilhão.
Assim, apesar de conceitualmente a Bienal ser muito frágil, sua complexidade e diversidade compensam a falta de organicidade e tornam, novamente, o pavilhão da Bienal o epicentro do pensamento artístico no país.

29ª BIENAL DE SÃO PAULO

QUANDO sáb. à qua., das 9h às 19h, qui. e sex., das 9h as 22h; até 12/12
ONDE pavilhão da Bienal (parque Ibirapuera, portão 3, tel. 0/xx/ 11/5576-7600)
QUANTO grátis
AVALIAÇÃO bom
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(obra de marcelo silveira na bienal - tudo certo - 2010 - foto do site da bienal)


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(obra de paulo bruscky na bienal - o que é arte? para que serve? - 1978 - foto do site da bienal)


sexta-feira, outubro 01, 2010

pedra mole - germana monte-mór

germana monte-mór apresenta uma exposição de pinturas, esculturas e fotografias em belo horizonte, na galeria de arte carminha macedo.
as fotografias em preto e branco compõem uma série que ela chamou de “pedra mole”.
para quem já esteve no lajedo do pai mateus, no interior da paraíba, é facílimo identificar que as fotos foram feitas lá.
então, me pergunto, o que faz das fotografias de germana “arte”, diferentemente das centenas, talvez milhares, de fotografias dos turistas que visitam continuamente o lajedo? eu mesmo, moléstia à parte, bati as mesmas fotos que germana, nos mesmos ângulos.
foi apenas chegar ao local e apontar a objetiva. o local em si é que é uma obra de arte da natureza.
então, germana, essas fotos são artísticas apenas pelo preto e branco?
não consigo identificar nas fotos de germana nada que as torne radicais, curiosas, instigantes. vejo nelas o já visto.
(abaixo, detalhe de uma das fotos de germana, da série “pedra mole”)
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