sexta-feira, janeiro 28, 2011

Plágio - que cara de pau!


Vejam só que sacanagem que esse alemão fez: copiou igualzinha a ilustração da capa de um disco de Erasmo Carlos. Segue a notícia da Folha de São Paulo.
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28/01/2011 - 13h06
Ilustrador de capa de Erasmo quer processar alemão por plágio

DE SÃO PAULO

O ilustrador José Luiz Benício, mais conhecido como Benício, 74, tomou um susto na última quarta-feira quando foi avisado, pela internet, de que a capa que desenhou para o disco "Amar Pra Viver ou Morrer de Amor", de Erasmo Carlos, em 1982, foi plagiada na Alemanha.

"Faço parte de um grupo de ilustradores na internet e eles que viram. Já coloquei uma advogada para correr atrás disso e ver o que pode ser feito. Minha intenção é fazer um acordo", disse Benício à Folha.

O acusado de plágio é o MC alemão Morlockk Dilemma, cuja capa do álbum "Circus Maximus", que será lançado oficialmente em fevereiro, é praticamente igual à capa desenhada por Benício nos anos 1980.

"Não posso deixar isso acontecer. É um absurdo, ele copiou exatamente a mesma capa que eu desenhei, o fundo, é tudo igual, a essência é a mesma, só mudou a cabeça do cara", diz o ilustrador.

Benício é um dos ilustradores mais importantes do país. Ele ficou famoso nos anos 1960 após fazer ilustrações para revistas e cartazes de filmes, principalmente pornochanchadas. É dele o icônico cartaz do filme "A Super Fêmea", com Vera Fischer, nos anos 1970.
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terça-feira, janeiro 25, 2011

Alonso Cano (1601-1667)


Fiquei encantado com essa pintura de Alonso Cano desde a primeira vez que a vi. Isto aconteceu  - há alguns anos atrás - no Museu do Prado, Madri, onde a pintura se encontra atualmente. Alonso Cano viveu de 1601 a 1667. Esta pintura representa São Bernardo recebendo um jato de leite do peito de Maria em sua boca.

Motivos do meu encantamento: 
- gosto de ver peito; 
- gosto de ver o peito de Maria - algo aparentemente tão sagrado e tão repetidamente representado na pintura e na escultura sacra; 
- gosto da pontaria da virgem que acerta a boca de Bernardo a uma grande distância; 
- gosto da forma como Cano pintou o trajeto branco e fino do leite atravessando toda a tela (eu olhei bem de pertinho).

Inclusive, meu amigo e artista Nino Ferreira está pintando uma pintura (!) na qual uma mulher lança um jato (de saliva? de mijo?) na direção de um dragão, o que me fez pensar mais uma vez no querido quadro de Cano. Depois, se Nino permitir, trarei foto da pintura ninesca. 

Ainda no tema do peito de Maria, veja que bela imagem da Virgen de la Leche y Buen Parto que é venerada em Manila, Filipinas. Me encantou a veracidade desse peito, desse bico.

(I stayed enchanted with this painting by Alonso Cano from the first time I saw it. This happened - a few years ago - in the Prado Museum, Madrid, where painting is nowadays. Alonso Cano lived from 1601 to 1667. This painting represents St. Bernard getting a milk jet from Mary's breast in his mouth.

Reasons of my delight:
- I like to see breast;
- I like to see the breast of Mary - something so sacred and so often depicted in religious paintings and sculptures;
- I like the virgin's aim that hits the mouth of St. Bernard at a great distance;
- I like the way how Cano painted the milk's trajectory, white and thin, across of whole screen (I looked very closely).

In present time, my friend and artist Nino Ferreira is painting a painting (!) in which a woman throws a jet (saliva? piss?) in direction of a dragon, which got me thinking once again in Cano's painting. Then, if Nino to permit, I will bring a photo of the "ninesca" painting.

Also on the topic of Mary's breast, see that beautiful image of the "Virgen de la Leche y Buen Parto" who is venerated in Manila, Philippines. I was enchanted with truth of this breast, of this nozzle.)

(Please, sorry my bad english)


segunda-feira, janeiro 24, 2011

748.600 e outras notícias de arte

(artwork by Cildo Meirelles)

748.600
Exposição no Paço das Artes em São Paulo: chama-se 748.600, que foi a quantidade de dinheiro que se conseguiu de patrocínio. Uma exposição que tem um preço como título. No caso, os R$ 748.600 captados para financiar esse projeto. Toda a mostra parece uma alegoria do que se propõe a discutir, a relação entre os artistas e o dinheiro que suas obras movimentam.
QUANDO abertura amanhã, às 15h; ter. a sex., 11h30 às 19h; sá b. e dom., 12h30 às 17h30
ONDE Paço das Artes (av. da Universidade, 1, tel. 0/xx/11/ 3814-4832)
QUANTO grátis
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676 APARIÇÕES DE KILLOFFER
As desventuras psicológicas do cartunista francês Patrice Killoffer são narradas numa HQ quase sem quadrinhos, em painéis de página inteira. As "676 aparições" que dão nome à obra desenham um autorretrato tão lúgubre e autodestrutivo quanto fascinante.
Leya Cult | Trad. Maria Clara Carneiro | 48 págs. | R$ 39,90

BLOG DO IMS
O Instituto Moreira Salles inaugura blog com notícias, artigos e vídeos. Na estreia, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro fala sobre imagens indígenas de Maureen Bisilliat e Marc Ferrez; o crítico Davi Arrigucci Jr. escreve sobre uma tela de Ismael Nery. Na seção "Desentendimento", André Singer e José Arthur Giannotti debatem o lulismo, com mediação de Mário Sergio Conti.
blogdoims.com.br

FIM DE PARTIDA
Tatiana Blass mostra esculturas de cera que ocupam o lugar dos atores na peça de Samuel Beckett (1906-89), recém-editada pela Cosac Naify. Durante as seis semanas de exposição, os quatro personagens derreterão sob a luz dos refletores, "encenando seu próprio desaparecimento", segundo a artista.
CCBB | RJ | De 25/1 a 6/3

domingo, janeiro 23, 2011

Tatiana Blass

Eu gosto de algumas obras de Tatiana Blass, e gosto principalmente do modo como ela está conseguindo evoluir e manter uma carreira sólida nesse campo dificílimo da arte. Mas - sem ter visto a obra, claro - não gosto da instalação-escultura que vai ser exposta no CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil - do Rio de Janeiro. São esculturas de cera que ocupam o lugar dos atores de uma peça de Samuel Beckett e que, durante as seis semanas de exposição, derreterão sob a luz dos refletores. Isso me parece um tipo de idéia de arte que já foi bastante explorado, o objeto que se desfaz, as frutas em gaiolas que vão apodrecendo. Isso me parece, ainda, como muita obra de arte - em museus do mundo todo - que se assemelham a um bocado de restos que os pedreiros de alguma reforma deixaram por ali. Quando passo por obras assim, me dá vontade de mandar algum faxineiro limpar. E apesar da boa idéia, o que restará dessa obra de Tatiana? Restos de cera, lixo.

Para acessar o site de Tatiana Blass clique aqui.

Para acessar o site do Centro Cultural Banco do Brasil (RJ) clique aqui.

(I like some artworks of Tatiana Blass, and especially I like how she is managing to evolve and maintain a solid career. But - without having seen this artwork, of course – I do not like the installation-sculpture that it will be exposed in CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil - Rio de Janeiro. It are wax sculptures that take place of actors in a play by Samuel Beckett, and that during the six weeks of exposure, it will are to melt under the spotlight. It seems to me a kind of art idea that has been widely explored, the object that falls apart, the fruit will rot in the cages. This seems to me, yet, like many artworks - in museums around the world - that resemble debris that some reform left there. I feel desire to send a janitor clean that. And despite the good idea, what will remain of this work of Tatiana? Remains of wax, garbage.)

terça-feira, janeiro 18, 2011

Robert Campin

Estou relendo trechos do livro “Lendo imagens”, de Alberto Manguel. Um bom livro, embora algumas das imagens escolhidas por ele para analisar não tenham – imho – qualidade e importância bastante. Entretanto, a análise dele enriquece o meu conhecimento sobre arte. Peguei esse livro para dar uma olhada de novo pois, em uma das minhas visitas à National Gallery, Londres, encontrei sem querer um dos quadros analisados por Manguel. É a “Virgem e o menino à frente de um guarda-fogo”, feito em torno de 1440 por um discípulo de Robert Campin. Eu gostava do quadro na reprodução do livro e gostava da análise de Manguel – vale a pena lê-la – e fui surpreendido quando me virava para sair de uma sala da NG e me deparei frente a frente com esse quadro. Momento único. A análise que Manguel faz do quadro é um primor. Segue uma imagem do quadro.


sábado, janeiro 15, 2011

Eric Poitevin

Na recente viagem à Paris, revisitei a rue Quincampoix pois é uma das ruas que mais gosto na cidade. Qualquer um que vá até lá ou que a conheça diria que é uma ruazinha - bem estreita - sem nada demais. Porém, a Quincampoix tem muitas galerias de arte - e das boas galerias com arte boa, imho. Por isso que repito a visita sempre que posso.

Dessa vez, fiquei bastante bem impressionado com as fotografias de Eric Poitevin, expostas na Galerie Nelson Freeman. Penso até que me repito escrevendo isso: arte - para mim - é "eu gosto disso" ou "eu não gosto disso". Qualquer explicação-zinha a mais é mera elucubração, teoria, tentativa, talvez até sensaboria. Então, eu gostei muito das fotos de Eric. A maior parte delas, fotografias de pessoas comuns nuas. Nada disso de modelos, corpos perfeitos, nada de photoshop ou phodashop. São corpos em sua integralidade de carne humana. Corpos com velhice, preguinhas, gordurinhas, marcas, assimetrias. 

Resta falar que a Galerie Nelson Freeman é muito bacana para se ver - se expor - arte. Minimalista, paredes brancas, nada para interromper a fruição - se houver.

As duas fotos que seguem, peguei do site da Nelson Freeman pois não fotografei quando estava lá. As fotos, é claro, não refletem corretamente a sensação de estar na frente das enormes fotos de Eric Poitevin.



sexta-feira, janeiro 14, 2011

Canaletto




(peguei as imagens deste post na internet)

quando estive em london london recentemente, a national gallery estava (e ainda está) apresentando uma exposição de pinturas de canaletto (1697 - 1768).
canaletto foi um pintor que se notabilizou por suas pinturas da paisagem urbana de veneza. as imagens que coloquei acima não se aproximam do que é ver um canaletto de pertinho. é incrível o detalhamento da arquitetura e das pessoas nos quadros dele.
eu já gostava de canaletto antes, de ver nos livros de arte. e já havia visto uns poucos canalettos no louvre. então, não poderia faltar nessa exposição em londres.

só que a national gallery fez a exposição chamando-a de canaletto e seus rivais. entao, cada uma das seis salas mostrava quadros de canaletto e quadros semelhantes de algum dos seus rivais. explique-se canaletto teve tanto sucesso com sua pintura que foi muito imitado - inclusive seus rivais vendiam alguns quadros como se fossem de canaletto.

o que acontece é que em qualquer das salas da exposiçao, a gente vê claramente qual quadro é um canaletto e qual não é. canaletto tem um brilho na sua pintura que a torna inconfundível. e a gente que estava lá só se interessava mais pelos canalettos, claro.

os rivais de canaletto perdem feio dele.

daí que a national gallery convidou o ben johnson que também faz - atualmente - pinturas de paisagens urbanas. cidades como liverpool e zurich já foram retratadas por ben johnson. e ele está trabalhando na national gallery para que a gente comum possa ver o desenvolvimento de um trabalho dele. e há alguns quadros dele expostos lá também.

e o que acontece é que ben johnson perde feio para canaletto. em ben johnson vemos uma pintura técnica, perfeita, sem marca de pincel, sem curiosidade, sem anedotas, sem pessoas. uma pintura absolutamente fria, certamente muito inferior ao trabalho de canaletto.

é isso, canaletto surpreende sempre, em cada janela, em cada barco, em cada gôndola que faz, na representação das multidões, onde cada cabeça tem seus traços executados na pintura. um canaletto tem que se ver de longe e depois de muito perto, para conseguir pegar um pouquinho da magistral execução da pintura.

a seguir, uma imagem de quadro de ben johnson que representa liverpool.