quinta-feira, abril 26, 2007

friedrich pacher - christ in limbo


christ in limbo, 1460s, tempera on pine panel, 85 x 71,5 cm
museum of fine arts, budapest

friedrich pacher
(active 1470-80 in Tyrol)

As a fulfillment of redemption, Christ, having broken open the gates of hell, has brought with him the pious figures of the Old Testament, holding Adam by the hand as the symbolical incorporation of the whole of humanity. Allusions to this forced invasion, a favoured incident of popular legends and mystery plays, are found even in the Divine Comedy; here it is indicated by cracked and broken stones. It is typical of medieval thinking that hell is represented as a well-guarded building of huge stones, a sort of immense fortified prison; the notions of release, heaven, enjoyment of the delights of Paradise, are conveyed by a fresh green meadow encircled by mountains and forests of fantastic shape, worthy of the imagination of a Tyrolese painter. As symbol of his triumph over death, Christ holds the banner of victory in his hand; the wounds on his hands and feet are clearly visible.

o pintor e o fim do limbo - marcos augusto gonçalves - folha de são paulo

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES

O pintor e o fim do limbo

Felizmente ainda temos o Homem-Aranha, o Super-Homem, a batcaverna, o Arctic Monkeys e o Saci

DESCIA a rampa do pavilhão da Bienal quando o pintor veio em minha direção. Geração 60, estiloso, idéias longas, cabelos já nem tanto. Abraçou-me e logo bradou: "Estou me sentindo na Idade Média".

Estávamos na SP Arte, a movimentada feira paulistana de galerias, e relacionei o comentário a essa manifestação arquetípica do mercado, que florescia nos idos medievais. Mas, como tudo ali na feira me parecia, na verdade, um reflexo periférico (como diria dona Rosa, minha saudosa professora comunista) do admirável capitalismo novo em que vivemos, retruquei em irônico chavão economês: "Acho que está mais para excesso de liquidez".

O pintor sorriu e prontamente esclareceu. Não era à feira que se referia. "Não, não estou falando disso aqui, mas da notícia que li no alto da primeira página da Folha: o Vaticano vai acabar com o limbo! Fiquei pensando: será que acordei na Idade Média?" E gargalhou.

Compreensível. Afinal, quando ninguém dava a mínima para o assunto, eis que o Vaticano coloca em dúvida uma crença nascida há 800 anos.

Pensei aliviado: felizmente ainda temos o Homem-Aranha, o Super-Homem, a batcaverna, o Arctic Monkeys e o Saci Pererê. Mas logo fui percebendo que a questão era grave e envolvia uma série de complicações.

Logo imaginei um problema de logística transcendental: como se daria o traslado das almas do limbo para o paraíso? Ou a nova lei só valerá para quem venha a morrer sob ela? Ou não é nada disso: Deus já havia designado que as crianças sem batismo iriam para o céu, mas o clero errou ao dar corda para essa conversa de limbo.

Não sei. A própria igreja admite que "não tem conhecimento absoluto sobre a salvação das crianças não batizadas". Segundo a notícia, "a conclusão a que os 29 membros da comissão chegaram, e que foi ratificada por Bento 16, é justamente a de que, muito possivelmente, a criança morta antes do batizado será salva -vai para o paraíso".

Muito possivelmente.

Se, por um momento, o assunto nos causou a sensação de vivermos no mundo encantado do medievo, logo, o pintor e eu, voltamos à realidade. Tomamos um café e fomos ver obras dessa arte que que há séculos já não é mais produzida sob o manto da religião, rompeu com todos os cânones e agora floresce num mercado em expansão.

Há uma espécie de "sobra" de dinheiro na acumulação financeira. Os super-ricos são cada vez mais numerosos. Uma ínfima parte que dediquem à arte, com ou sem apoio dos governantes, com vistas a coleções privadas ou públicas, já é o bastante para fazer girar esse reluzente mercado.

Não são apenas obras de "clássicos" que atraem a atenção dos colecionadores/investidores. A produção moderna e a mais recente também. E mesmo aqui em nossa festiva e melancólica periferia tropical, que produz arte contemporânea de gente grande, o mercado vai cada vez mais se estruturando - e saindo do limbo.

quarta-feira, abril 25, 2007

dejan kaludjerović

dejan kaludjerović born in belgrade in 1972.
lives and works in vienna.

por um acaso (existe?) somente (me) encontro
com desenhos ultima(mente).

gostei dos desenhos, o tema do corpo, da cabeça,
os olhos riscados, feridos
algumas faces riscadas, desenho sujo,
muitos desenhos de corpos nus
como corpo pornográfico corpo erótico.

dejan kaludjerović

Self-portrait II, 1998, drawing on paper, 42 x 29,6 cm

dejan kaludjerović

Reclining Hippie, 1998, drawing on paper, 29,6 x 42 cm

dejan kaludjerović

Eye, 1998, drawing on paper, 29,6 x 21cm

terça-feira, abril 24, 2007

ruud pols

encontrei os desenhos de ruud pols,
que nasceu em 1956, em delden, holanda,
e gostei demais, demais
são enormes, primeiramente,
e impressionantes, misteriosos.

a pintura dele não presta, mas os desenhos, ótimos.

e também impressiona o diálogo
que se estabelece entre os desenhos dele
e os desenhos de gil vicente,
participam do mesmo imaginário
(todos participamos...)

mais aqui e nos desenhos abaixo.

ruud pols make drawings very very amazing,
born in delden, netherlands.

more here.

ruud pols

The room of the great silence I
150 x 210cm
mixed crayon on paper
2004

ruud pols

The room of the great silence II
210 x 150cm
mixed crayon on paper
2004

ruud pols

The trophy II
150 x 210cm
mixed crayon on paper
2002

ruud pols

Dogfood II
150 x 210cm
mixed crayon on paper
2004

sexta-feira, abril 20, 2007

nebo peklo

sem querer querendo
encontrei os artworks de nebo peklo

num sei nem de onde é
pelo nome parece algo finlandês
pelos desenhos parece algo japanese
chinese art

gostei dos artworks, gostei da linha
do gosto que ele tem pela linha
e das transparências de tinta
que ele consegue

encontrei um site sobre ele aqui
e também no flickr aqui

nebo peklo


nebo peklo


terça-feira, abril 17, 2007

leonilson - i like very much of


leonilson - i like very much of


alex cerveny


vale qualquer coisa

a moça da folha fala nesse
vale qualquer coisa da arte

o rei está nu
mas poucos dizem isso

empurram na mídia imagens
de qualquer coisa insignificante
como se valor houvesse

qualquer foto desfocada é
contemporary art

a foto de um pato de louça

uma mulher que faz chocolates
em forma de partes do corpo
human body humano
e dá pro povo comer

enquanto ela artista circula
de vestido longo preto

vale qualquer coisa

melhor não falar disso
nem mostrar as qualquer coisa

Cerveny expõe "pequeno grande" mundo

Folha de São Paulo
Exposição individual no mezanino da Casa Triângulo reúne trabalhos feitos pelo artista nos últimos dez anos
GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio à onda do "vale qualquer coisa" que perpassa a arte contemporânea, a reflexão de Alex Cerveny é um pequeno respiro. Com desenhos, gravuras e pinturas que exibe a partir de hoje na galeria Triângulo, o artista paulistano apresenta seu mundo onírico, ora mágico, ora trágico, mas sempre detalhista, interessante, cheio de meandros. Os trabalhos apresentados -a maioria deles de pequenas dimensões- datam de seus últimos dez anos de produção. Embora o conjunto não seja tão impressionante quanto aquele apresentado na Estação Pinacoteca em agosto de 2005 (onde expôs cerca de 200 ilustrações), está mantida na pequena mostra a fina sensibilidade irônica que permeia a trajetória do artista. É assim com a dupla de gravuras "Gracias a la Vida" e "Gracias a la Muerte", desfilar de personagens, seres encantados e símbolos, com infinitas referências. É assim com "Cidades Satélites", obra de 1997 que recentemente voltou da galeria Ruta Correa, em Freiburg (Alemanha), e que, segundo o artista, "resume o espírito da exposição". É assim, finalmente, com a "La Adoración del Cubo Blanco", deliciosa sátira sobre o universo da arte. "Não consigo considerar trabalhos de dez anos atrás como "velhos". Nessa exposição mostro coisas que eu guardava e que pensei que nunca seriam expostas, nunca... Alguns trabalhos "secretos'", diverte-se Cerveny em rápida entrevista à Folha, jornal para o qual trabalhou entre 1998 e 2005, como ilustrador da coluna de Bárbara Gancia, ocupando o posto que um dia fora de Leonilson. Em texto no convite, o artista comenta a dimensão dos trabalhos expostos: "Os pequenos formatos revelam minha predileção para o conforto portátil, mas o espaço que me interessa aqui é o mental", escreve Cerveny, trazendo um pouco de ar para uma sociedade que cada vez mais se esquece de pensar.

Tony Camargo

Uma pena que todo esse universo esteja confinado apenas no mezanino da galeria. Na sala principal, a Triângulo expõe sua novidade, o jovem curitibano Tony Camargo. Destaque na mostra Rumos e no Panorama do MAM-SP 2005, o artista apresenta sua primeira incursão pela pintura depois de passagens pelo desenho, fotografia e objetos. Em sua primeira individual na galeria, Camargo expõe grandes telas com desenhos circulares -experimento cromático derivado de sua pesquisa prévia com arte digital.

ALEX CERVENY E TONY CAMARGO Quando: abertura hoje, das 20h às 23h; de ter. a sáb., das 11h às 19h; até 5/5 Onde: Casa Triângulo (r. Paes de Araujo, 77, Itaim, tel. 0/xx/11/3167-5621) Quanto: entrada franca

segunda-feira, abril 16, 2007

colin harbut


encontrei desenhos de colin harbut
artista de long beach, california.

as pinturas à oleo
oil painting
não são boas,
bad bad bad very bad

mas os desenhos são bons

mais aqui.

sexta-feira, abril 13, 2007

susan bee

eu ia fazer um post falando da porcaria que é um tal pato
que está em exposição na nara roesler, isso me lembra
que uma jornalista da folha de sao paulo disse,
acertadamente, que hoje qualquer coisa vale, em arte,
por conta disso, digo eu, tentam nos ludibriar com
qualquer coisa, mas que cara de pau meusdeusdocéu

mas aí eu disse pra mim que botar aquele pato aqui
kill the duck
mate o pato mate o pato
era valorizar demais o pato

aí eu vi esse desenho de susan bee
que não conheço-conhecia
gostei do desenho que foi capa de uma revista
de poesia e cultura chamada sibila

desenho misto de colagem, e eu tarado
adoro desenho com corpo de mulher, nu então!

e gostei do desenho, do corpo, das setas,
das manchas no corpo

encontrei outros artworks de susan bee
mas não gostei deles, não,
só desse

susan bee

quarta-feira, abril 11, 2007

gil vicente


gil vicente fez outra coleção de desenhos
pornográficos a nanquim sobre páginas
de livro.

a exposição na galeria nara roesler,
vendo assim pela internet que é como
pude ver
parece que desvaloriza os desenhos

primeiro porque há duas exposições
ao mesmo tempo
a outra (de marcos chaves) feita
de imagens desconexas e desinteressantes

a de gil vicente parece não conter apenas
os desenhos pornográficos e sim misturar
estes com outros trabalhos de temáticas
díspares

tudo junto (na internet - não sei ao vivo)
resulta como um arranjado